domingo, 3 de junho de 2012

CAAPUÃS



Quando os Kithains chegaram ao Brasil acompanhando os sonhos dos colonizadores europeus, encontraram por aqui estranhos kiths changeling nativos, estas fadas selvagens possuíam uma forte ligação com a natureza e desenvolveram por seus próprios meios o caminho changeling para tentar escapar da banalidade trazida pelos europeus. Elas resistiram bravamente à colonização e forma geral buscam preservar a natureza selvagem do novo mundo e as lendas e costumes dos povos indígenas. Eles são os Caapuã, os Encantados das regiões selvagens do Brasil.

Como os Kithain eles possuem suas facetas de sonhos e pesadelos e reconhecem três postos distintos conforme a experiência e sabedoria dos seus. Entre os Caapuãs os Childilings são tradicionalmente chamados de Kurumim (meninos) ou Cunhantãin (Meninas), ou ainda pelo termo genérico Erê; os Estouvado são chamados de Kuirão (Rapaz) ou Cunhã (Moça); E os Rezingão são conhecidos simplesmente como Anciões.


Apesar de os acontecimentos recentes terem observado a incorporação de alguns Caapuãs à estrutura social feudal do Império, de uma forma geral Caapuãs não dão a mínima para Títulos e Cortes, na verdade muitos deles desprezam completamente tais tradições kithain que lhes parecem ultrapassadas e impositivas, eles possuem uma inclinação nata para a individualidade, liberdade e autonomia e mesmo quando se agrupam no que os Kitains chamam de Montleys ou Bandos (o que tem se tornado acada vez mais comum devido a necessidade de resistir ao avanço da Banalidade), existe pouca formalidade entre eles e os líderes costumam ser aclamados por seu carisma e sabedoria, precisando provar constantemente seu valor e capacidade para não ser substituído por alguém mais valoroso. A experiência, a idade e o poder individual, são aspectos fundamentais que evocam grande respeito entre os Caapuãs.


ASPECTOS CAAPUÃ

Entre os Caapuã os termos Sellie e Unsellie são irrelevantes, contudo os Encantados reconhecem dois Aspectos possíveis para os Changeling nativos:

ASPECTO DIA: Aqueles que seguem Guaraci, o Guerreiro Sábio, filhos do Sol e do Dia, que pisam nas trilhas iluminadas pela sabedoria do Sol e são reconhecidos pela honradez e conservadorismo das antigas tradições

ASPECTO NOITE: Aqueles seguem Jaci, a Senhora dos Mistérios, os filhos da Lua e da Noite, aqueles que desbravam novas trilhas, desafiando a escuridão, e que aprenderam com a Senhora da Noite  a importância da mutabilidade para se adaptar as mudanças.

AS CINCO TRIBOS

Os Changelings nativos do Brasil reconhecem seis tribos Caapuãs, quatro delas são legitimas representantes dos sonhos indígenas, outras duas são originadas dos sonhos dos negros africanos que foram adotadas como nativas.

Caiporas, Curupiras, Karuanas e Mapinguaris são almas feéricas indígenas que encontraram no caminho Changeling uma forma de sobreviver ao avanço da banalidade, diz-se que muitos outros seres feéricos podiam, e podem, ser encontrados nas profundezas das regiões selvagens da América do Sul , porém, estes quatro foram os únicos que conseguiram seguir o caminho Changeling para se constituírem de fato como tribos. Em muitos aspectos as quatro tribos originais assemelham-se aos Nunnehi, as fadas nativas da América do Norte, pois, como eles, os Caapuãs são capazes de extrair o Glamour da natureza e viajar através da Umbra, entretanto, diferentemente dos Nunnehi, os Changeling nativos do Brasil conseguiram se adaptar melhor a realidade atual e ao ambiente urbano, talvez pelo fato de terem conseguido se inserir maneira marcante no imaginário local.

Exús e Obás foram adotados pelos Caapuãs como uma única tribo, conhecidos coletivamente como Elegbara, uma vez que poucos Caapuãs conheçam ou compreendam de fato a diferença entre as Tribos Negras. Tanto Exús quanto Obás nativos do Brasil obtêm Glamour de forma mais convencional, quase exclusivamente de sonhadores mortais, ainda que possam usufruir da “Benção” e de outros benefícios de se associar a um Totem, inclusive no que tange o acesso ao Mundo Espiritual. Eles também conhecem os segredos das Encantarias Caapuãs.

MIRAKAMBY E DESCRENÇA

Como os Nunnehi, Caapuãs são capazes de extrair Glamour do mundo natural, tradicionalmente eles chamam o Glamour de Mirakamby, o mel doce que alimenta a alma. Eles possuem os mesmos pontos de Glamour inicial dos Kiths descritos no livro básico de Changeling: O Sonhar.

ADQUIRINDO MIRAKAMBY

Os Caapuãs tem dificuldade em obter Glamour da criatividade humana (a dificuldade nos testes para obtenção de Glamour através dos métodos convencionais utilizados pelos Kithains é aumentada em um). Em vez disso, eles, preferem extrair Glamour da natureza. Caapuãs costumam extrair Glamour de velhas árvores, fontes de água pura ou trechos intocados de floresta, tal como acontece com os Nunnehi, os Caapuãs podem obter o Glamour da natureza.

ENCANTARIAS, AS ARTES CAAPUÃ.

Caapuãs chamam as Artes em geral de Encantarias, da mesma forma como costumam se referir aos changelins como Encantados. Embora eles possam possuir qualquer das Artes changeling padrão, sem esquecer o fato de que Soberania continua sendo restrita a nobres Kithain, eles são mais aptos a se especializar em Andanças, Chicana e Principio.  Além disso, Caapuãs possuem suas próprias Encantarias, das quais eles procuram manter segredo para evitar que seu conhecimento caia nas mãos de Kithains inescrupulosos.

O PODER DE GUARACI (PYRETICS)
Maiores informações em “Changeling: Players's Guide”, Página 169.
Meio milhão de anos atrás, os mortais descobriram o fascínio e a beleza do fogo. Os encantados puderam brincar com essa descoberta por muito mais tempo. Eles podem controlar fogos fátuos com o poder de suas mentes e criar seres moldados a partir de fogo vivo. Esta Arte tornou-se lendária deste os relatos dos colonizadores sobre avistamentos de Fogos Fátuos nas matas e das histórias sobre o Boitatá, a serpente de fogo. Deste então, muitos exploradores inescrupulosos encontraram uma morte terrível nas mãos de furiosos guerreiros Caapuãs, mestres na arte do domínio do fogo e defensores resolutos da floresta. Eles acreditam que este poder é uma benção concedida por Guaraci para que os Encantados possam se vingar de toda destruição imposta pelos estrangeiros e é um dos principais responsáveis pelo temor em relação aos guerreiros Caapuãs. 

A BENÇÃO DE JACI (SPIRIT LINK)
Maiores informações em “Changeling: Players Guide”, Página 174.
Jaci é a senhora da noite e dos segredos que ela guarda, está Encantaria é considerada um presente deste grande espírito aos Caapuãs que se dedicam a servir como elo de ligação entre o mundo dos espíritos e o mundo material. Através deste poder é possível contatar tanto os espíritos naturais que habitam a Umbra, quanto os fantasmas dos mortos que habitam o Mundo Inferior. Ele é considerado uma arte sagrada e está disponível apenas para Caapuãs ou aqueles Changelings que os espíritos consideram dignos de serem iniciados nestes mistérios.

A CANÇÃO DA IARA (APHRODISIA)
Maiores informações em “Blood Dimmed Tides”, página 76.
A Iara é a sedutora senhora dos Rios e Igarapés, o espírito sensual e misterioso das águas da floresta. Os Karuanas afirmam que este poder lhes foi ensinado como um segredo passado pela Iara a seus filhos, contudo, estudiosos Kithain costumam questionar esta versão, afirmando que o mais provável é que os Karuanas tenham roubado estes conhecimentos de Merfolks a muito tempo atrás. Embora as aplicações sexuais desta arte sejam óbvias, a sua prática é muito mais útil. Pessoas racionais podem ser obrigadas a gastar suas economias e jogar suas vidas e carreiras no lixo. Essa Encantaria pode ser resistida pela força de vontade. Embora a rolagem de resistência seja automática e inconsciente, a pessoa que conseguir resistir saberá que algo sobrenatural está sendo usado contra ela.

O DOM DE TUPÃ (SKYCRAFT)
Maiores informações em “Blood Dimmed Tides”, pg. 80.
Tupã é o senhor indígena do raio e da tempestade. Um poderoso espírito e um oponente terrível que ensinou aos Caapuãs a Arte de alterar o clima e conjurar relâmpagos. Esta poderosa Encantaria é uma das razões que explicam a capacidade dos Caapuãs de resistir ao domínio dos estrangeiros.

NOVOS ANTECEDENTES

Personagens Caapuã podem ter qualquer um dos antecedentes padrão de Changeling, com as seguintes alterações: O Antecedente “Sonhadores” está disponível para Caapuãs, no entanto, restrições à sua utilização estão descritos na seção sobre “Mirakamby e Descrença”. O Antecedente “Título” costuma ser irrelevante entre os Caapuãs. Além disso, os Encantados podem possuir os Antecedentes “Companheiro Espiritual”, que confere um laço de amizade com um espírito umbral, geralmente um espirito animal, e “Totem”, um espírito com o qual o Encantado se alia com a finalidade de entrar no mundo espiritual e colher Glamour. 

OS TOTENS

Para o Caapuãs uma árvore não é apenas uma plataforma de altura que tem vários usos práticos, mas um espírito vivo colocado ali para viver em harmonia com todos os outros Espíritos da Terra: rochas, plantas, animais, vento, chuva, sol e água. Humanos e Encantados também são espíritos que devem encontrar seu lugar entre os demais, mantendo um equilíbrio entre o físico e o espiritual. Embora Caapuãs sejam dotados com Encantarias para conversar com muitos dos espíritos e, assim, aprender a melhor forma de honrar ou aplaca-los,  nem sempre é possível para o individuo prever as consequências de suas ações a longo prazo. Além disso, muitos espíritos, demonstram ser capazes de curar doenças, tornar pessoas ou culturas mais férteis, convocar a chuva e ensinar a seus escolhidos canções de poder.

Ganhar alguém tão poderoso como aliado é considerado algo muito importante na vida de um Caapuã. Todos os espíritos preferem ser tratados respeitosamente, e espíritos Totem insistem nisso. Do ponto de vista do totem, o Caapuã solicitou ser tomado sob a sua asa para ensiná-lo os meios apropriados. Portanto, o Caapuã deve tratá-lo deferência e o respeito que se deve aos mestres e anciões. Espíritos Totem são entidades poderosas, e não espíritos menores, e sua boa vontade pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso. O totem geralmente exige que o seu filho adotivo desempenhe determinadas tarefas ou abstenha-se de certos comportamentos, a fim para agradar a ele. Muitos totens também esperam presentes periódicas que lhes serão agradáveis, tais como o tabaco queimado em sua honra ou pequenas grinaldas de flores flutuando em suas águas. Enquanto o Caapuã adotar o comportamento exigido pelo espírito totem, ela irá receber os dons especiais concedidos por sua associação com o espírito, além de sua orientação e favores.

Caso o Caapuã não atenda aos desejos de espírito totem ele irá ofender seu mentor e cairá em desgraça. Quando isso acontece, lhe é dado um aviso - geralmente simbolicamente – de que seu comportamento é ofensivo. Se ela continuar a agir de forma desonrosa o espírito totem irá desaparecer. Isso não significa que o Caapuã deve ser punido cada vez que executa alguma ação menor que o totem pessoalmente não aprove. Isso significa que as infrações graves ou comportamentos verdadeiramente detestáveis, que vão contra tudo o totem em geral representa , irão suscitar ações por parte do totem.

Se o Caapuã quiser reparar o dano para a relação com seu totem, ele deve repudiar para sempre o comportamento que levou ao desentendimento e aproximar-se novamente totem como se fosse a primeira vez. O Caapuã deve passar pelo menos um mês se purificado e oferecendo inúmeros presentes ao espírito ofendido. Ao fim desse tempo, ele novamente segue os passos descritos abaixo para ganhar um totem. Se seus presentes forem oferecidos com verdadeiro pesar e o Caapuã realmente tenha mudado seus modos, o espírito do totem vai aceitá-la de volta e restabelecerá os benefícios que foram perdidos na separação.  Essa restauração só é possível uma única vez, e se o Caapuã ofender o totem, novamente, a relação será rompida para sempre. Embora seja teoricamente possível para um Encantado encontrar outro totem dispostos a aceitá-lo, na prática, pedindo a um novo  espírito que ofender o totem anterior. Aqueles que perdem o seu totem são chamados de "os que andam sozinhos". Aqueles que não possuem o Antecedente Totem são incapazes de entrar no mundo dos espíritos, exceto se levada por outros Caapuãs que têm essa ligação.

Sistema: Um Caapuã preparando-se para contatar um espírito totem pela primeira vez, deve preparar-se através da participação em um ritual tribal de purificação. Uma vez que ele tenha purificado-se ele deve buscar uma manifestação física de seu totem. Um mentor (geralmente com um o mesmo totem ou cujo totem é também fisicamente manifestado no local escolhido), em seguida, atravessa para o mundo espiritual, levando o aspirante consigo. Uma vez lá o Caapuã deve convencer o Totem a aceita-lo. A aliança com o Totem aliança é representada por meio da Antecedentes Totem, que deve ser comprado mediante o gasto de 5 pontos de experiência por nível, a aliança confere as seguintes vantagens: 

•             A capacidade de entrar no mundo espiritual, sem um totem o Caapuã não pode entrar na Umbra, não importa suas Artes ou Alçadas.

•             O Caapuã recebe certos ajustes, vantagens ou habilidades, dependendo do totem ao qual está aliado.

•             O totem possui relações com outros espíritos. Ao estabelecer um relacionamento com um totem, o Caapuã abre uma linha de comunicação com outros espíritos. O totem pode fornecer informações importantes, sugerir cursos de ação, guia-lo em uma busca de visões, e em alguns casos, pode até mesmo impregnar seu aliado Caapuã com Glamour.

ACUTIPURU
Custo: 2
O Acutipuru é um diminuto roedor amazônico, a quem os indígenas atribuem poderes sobre o domínio dos sonhos. Ele é reconhecido por sua incrivel agilidade e é considerado mensageiros entre os mundos.
Benefício: O Acutipuru confere a suas crianças um dado adicional em Destreza e dois dados adicionais em Keening.
Tabu: Ele exige que seus filhos nunca incomodem pessoas dormindo e jamais usem o Saque ou o Furto para obter Glamour.

ANDIROBA
Custo: 1
A Andiroba é uma imponente árvore amazônica cujos frutos fornecem um óleo amargo poderoso para o combate a enfermidades.
Benefício: A Andiroba confere 2 dados em Medicina e Herbalismo.
Tabu: Ela exige que seus filhos auxiliem na preservação das árvores nativas.
    
ARARA
Custo: 1
A Arara é uma ave símbolo da Amazônia, bela, multicoloria, inteligente e capaz de imitar sons com perfeição.
Benefício: A Arara confere a seus filhos 2 dados para testes de Performance envolvendo imitação de sons e ventriloquismo e um dado extra de Aparência.
Tabu: Os filhos da Arara devem usar sempre roupas coloridas e realizar oferendas de castanhas para araras selvagens

IARA
Custo: 1
A Iara é o espírito da magia e mistério dos rios e igarapés do interior da floresta.
Benefício: A Iara beneficia seus filhos com o conhecimentos místicos conferindo dois dados extras de Kenning e Grimório.
Tabu: A Iara exige que seus filhos jamais compartilhem gratuitamente o conhecimento que conquistam.

MACACO PREGO
Custo: 1
O Macaco Prego é um símio simpático e ágil, comum em todas as florestas da América do Sul.
Benefício: Ele confere dois dados de esportes e um nível adicional de Carisma.
Tabu: O Macaco Prego exige que seus filhos demonstrem uma atitude positiva mesmo diante dos maiores desafios.

MATINTA PERÊRA (Rasga Mortalha)
Custo: 1
A Matinta Perêra é sinistro pássaro noturno, um espírito que no passado serviu como mensageiro entre o mundo dos vivos e dos mortos, mas que foi corrompido pelo rancor após a chegada dos europeus.
Benefício: A Matinta confere dois dados extras em cultura espiritual e ocultismo, pois conhece os segredos do Fundo e do Além, o Mundo Inferior habitado pelos fantasmas.
Tabu: Ela exige de seus filhos oferendas periódicas de fumo.   

PIRARUCU
Custo: 1
O Pirarucu é o maior peixe de água doce da América do Sul que prefere as águas calmas da várzeas Amazônicas.
Benefício: O Pirarucu confere a suas crianças dois dados de Cultura Espiritual e Natação.
Tabu: O Pirarucu exige que seus filhos protejam as nascentes dos rios e igarapés.

SAMAÚMA
Custo: 2
A Samaúma é considerada pelos indígenas a árvore da Vida, a Senhora da floresta, por ser a maior dentre as árvores da mata. Ela é poderosa e sábia.
Benefício: A Samaúma confere dois pontos adicionais de Vigor e dois dados extras de Sobrevivência.
Tabu: A Samaúma exige que suas crianças sejam os mais aguerridos defensores da floresta contra a devastação e elejam uma samaumeira, em especial, para proteger.

A SUPERFÍCIE, O FUNDO E O ALÉM

De acordo com a crença dos Caapuãs, não há um mundo, mas três. Circundantes, penetrantes e sobrepostos ao Mundo Físico. Eles são o Mundo da Superfície, o Fundo e o Além.
               
Entre as fadas nativas é comum referir-se ao Mundo dos Espíritos simplesmente como “O Fundo”, os mais tradicionalistas referem-se ainda à Anobatibauí, a Terra de Auí, o Grande Espírito, criador de todos os  Encantados, em contraposição ao Mundo da Superfície, o Reino Físico. Isto se deve ao fato de que os Caapuãs só conseguem acessar  o Mundo Espiritual através de corpos de água como rios, riachos, igarapés, lagos ou mesmo poças d’água. Esse costume reflete o forte simbolismo Caapuã que relaciona o elemento água à flexibilidade, à mutação, ao dinamismo, à vida, aos mistérios e ao meio de transporte tradicional mais eficiente dos indígenas.

O Fundo é o reino dos espíritos, onde totens guardiões e mensageiros têm suas moradas. Cada pedra, árvore, planta e animal têm um espírito associado a ele, e esses espíritos residem no “Fundo” para vigiar e orientar as criaturas do mundo Físico. O Fundo é um lugar semelhante ao Mundo da Superfície, mas muito mais natural e imbuídos de energias poderosas. A maioria das coisas no Mundo Espiritual toma as suas formas daquelas no plano físico, mas parecem mais puras do que sua contraparte física. O Fundo é como um reflexo espiritual da Terra, onde tudo é revelado para sua verdadeira natureza.

O Além, também conhecido como “O Mundo Inferior” é o mundo é dos mortos, lá as coisas são semelhantes aos seus homólogos físicos, mas cinza e desbotada. A terra é de cinzas, as cores são desbotadas, o silêncio impera e os cheiros e gostos inexistem. Entre os Caapuãs a morte não é vista como o fim, mas como parte do ciclo de vida. Os Caapuãs honram os mortos, o passado serviram como elo de ligação entre o mundos dos vivos e dos mortos entre as tribos indígenas nativas das florestas. Embora possam interagir com os espíritos dos mortos através de suas Encantarias, os Caapuãs, não podem acessa-lo fisicamente como fazem com o Mundo Espiritual, talvez por isso, “O Além” descreve bem a morada dos mortos que está realmente além de seu alcance.  

O MERGULHO

Os Caapuãs são reconhecidos como mensageiros e mediadores entre os mundos porque são capazes de entrar ou interagir com os espíritos. Eles podem entrar no Mundo Espiritual, com o auxílio de seus Totens e na presença de corpos de água como rios, igarapés, lagos ou mesmo poças d'água, desde que a superfície do corpo de água seja suficiente extensa para permitir a passagem do Caapuã. O nível de espiritualidade da fonte escolhida facilita ou dificulta a viagem, quanto maior a banalidade do local, mas difícil será acessar o Mundo Espiritual.

Sistema: O Caaupuã deve possuir pelo menos um nível da Arte Andanças e da Alçada Natureza. Embora seja possível para o Caapuã para entrar no mundo espiritual, com apenas nível de Andanças e Natureza, cruzar a barreira entre os mundos dessa forma aumenta em dois a dificuldade do teste. Aqueles Caapuãs que são habilidosos em cruzar a barreira entre os mundos devem possuir Andanças 3, ou superior, e Natureza 2, com este nível de proficiência passa a ser possível atravessar a barreira entre os Mundos ao abrir um Portal através do tronco vivo de uma árvore ou através de uma formação rochosa, desde que superfície seja suficiente para permitir a passagem do Caapuã. Um teste deve ser realizado, o número de sucessos se o personagem foi bem-sucedido ou não. Assim, o Caapuã testa Raciocínio + Cultura Espiritual. A dificuldade para a passagem é determinada pela espiritualidade da área. A espiritualidade de um lugar é expressa pela quantidade de Banalidade presentes nela.

Três sucessos indicam passagem instantânea , dois sucessos exigem 30 segundos para que a transferência ocorra, enquanto um único sucesso significa que o Caapuã precisa de cinco minutos para acessar o Mundo Espiritual. Se o teste não obtiver nenhum sucesso o Encantado será incapaz de entrar no mundo dos espíritos e não pode tentar novamente para outra hora. Uma falha crítica significa que o Caapuã está aprisionado entre o mundo físico e o mundo espíritual. Se uma outra tentativa falhar após uma  horas, o Encantado estará preso e não poderá se mover até que outro Caapuã, um Garou simpático ou uma criatura do mundo espiritual queira resgata-lo.

Um Caapuã pode trazer outros Changelings para o mundo espiritual com ele. Ele deve ter a Alçada Fada do nível adequado (1 para plebeus, 2 para os nobres) e gastar um ponto de Glamour para cada pessoa adicional. Todos aqueles que tentam cruzar a fronteira entre os mundos devem dar as mãos. Um Changeling que não pode atravessar o mundo espiritual pode encontrar-se preso lá se for deixado para trás pelo seu guia. Neste caso, ele pode procurar uma trilha (uma longa e perigosa tarefa) que o leve de volta ao mundo físico.

A capacidade de acessar o mundo espiritual oferece muitas vantagens. A Banalidade é rara por lá, e há muitos espíritos que podem proporcionar ao Encantado valiosas informações e aconselhamento, também há Trods antigos e reinos espirituais que podem ser usados para adquirir Glamour ou expurgar Banalidade, permitindo-lhes uma conexão com o Sonhar que de outra forma eles não teriam. No entanto, a viagem a esses Trods distante geralmente é cheia de perigos, pois muitos espíritos malignos veem Changelings como um lanche saboroso.


Mergulhando para o Fundo
Área
Nível Típico de Banalidade
Laboratório de Ciências
Impossível
Centro de Cidade
9
Subúrbios de Cidades e Parques Urbanos
8
Regiões Rurais
7
Parque Ambientais


Interior de Florestas
5
Interior de Cavernas desconhecidas
4
Propriedades Livres
3
Regiões selvagens intocadas pela presença humana e outros Lugares de Poder
2
Modificadores
Dificuldade
Mergulhar através de um foco corrompido (águas poluídas, árvores que absorveram muita fumaça e poluição, ou rochas trabalhadas pelas mãos do homem)
+1 a +3
Mergulhar sem possuir Andanças 3 e Natureza 2
+2
Mergulhar através de um corpo de água (rio, igarapé, lago ou poça de água com superfície suficiente)
-1
Mergulhar através de um foco especialmente puro (nascentes de água pura, igarapés intocados, árvores centenárias ou formações rochosas naturais no interior de regiões intocadas).
-2 a -3

FALANDO COM OS MORTOS

Caapuãs não são fisicamente capazes de viajar até o Mundo Inferior, eles têm acesso à arte conhecida como “A Benção de Jaci”. Esta Encantaria não só lhes permite falar com espíritos umbrais, mas também se comunicar com os espíritos dos mortos que habitam o Além, o mundo inferior. Tradicionalmente os Caapuãs reverenciam os mortos e serviam como ponte entre vivos e mortos. As histórias de Caapuãs comprometidos em aplacar mortos inquietos que perturbam os vivos são lendárias. Entre os Caiporas há um grupo de poderosas feiticeiras chamadas Matintas que se dedicam a comunicação com os mortos, desde antes da colonização europeia na América, elas são conhecidos até a atualidade como “Matintas”.

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